”A tempera de uma alma é dimensionada na razão direta do teor de poesia que ela encerra” (Horácio Quiroga)

sábado, 24 de outubro de 2015

Poetas

Eu já li timidamente alguns poetas;
reconheço que poucos, mas li.
Uns abandonei logo, entediado,
ainda na primeira estrofe;
outros, muito me agradaram, 
estimulavam-me a leitura.

Li um pouco de Fernando Pessoa, 
amei Álvaro de Campos com Tabacaria:
"Quando quis tirar a máscara,
estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
já tinha envelhecido."

Encantaram-me, aqueles versos.
li alguns sonetos Florbela Espanca;
encantou-me a moça de Vila Viçosa.
Gonçalves Dias me fascinou;
visitei Tomás Antônio Gonzaga e
com Camões vou passo a passo.

Mas eu era todo encantamento,
pois vivia entre muitos poetas:
seis ao todo, para o meu fascínio,
que emprestavam seus nomes
               às humildes ruas do meu bairro;
ruas encantadas, de saibro batido.

Raul de Leone com Sei de Tudo,
Júlio Dinis com Similia Similibus,
Rodolfo Teófilo com História de um Átomo,
Bernardino Lopes com Berço,
José Albano com Esparsa
               e Batista Cepelos com Ecce Homo.

Esses, para mim queridos poetas,
(Os que gostei e também os outros),
permitiram-me ter um diferente olhar
               sobre as incertezas da vida futura,
deram-me sensibilidade e sutileza;
enfim, mostraram-me a poesia.

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