”A tempera de uma alma é dimensionada na razão direta do teor de poesia que ela encerra” (Horácio Quiroga)

sábado, 5 de dezembro de 2015

Afrenia

Não sei se era dia ou noite,
não havia consciência temporal;
Só depois percebi, muito depois,
mas aí tudo já se perdera.

Primeiro desceram de mim
              os noventa e seis rios soberbos
            das doze geleiras capitais,
fundidas sob um fulgor magnífico.

Depois, multiplicaram-se, estes rios,
             mm centenas de capilares azuis,
nervosos e densos (pulsantes),
rugindo no tapete de finas listras.

Agora é o caos; uma convergência vã,
incerta, desprovida das certezas eternas;
perderam-se os pontos cardeais, todos,

ficando um vagar hesitante sem rumo.
 

Inútil pensar; nada mais importa!

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