”A tempera de uma alma é dimensionada na razão direta do teor de poesia que ela encerra” (Horácio Quiroga)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Manhã

O orvalho pousado
              No verde baço
              Do capim novo
              Molhava a bainha virada
              Da calça de algodão,
Que repousava, amassada,
Sobre a bota rota.

A campina se estendia,
Sossegada, até os maricás
              Floridos de branco,
Barreiras de espinhos,
Morada final sombrosa
              De couros e vértebras
              Das muçuranas azuis.

Entre duas corcovas
              Que a montanha sugeria,
Cinzenta e distante,
Sobrevinha a primeira luz,
              Que revelava a vida
              Despertando esplêndida
              Em movimentos, cores e sons.

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