”A tempera de uma alma é dimensionada na razão direta do teor de poesia que ela encerra” (Horácio Quiroga)

sábado, 9 de janeiro de 2016

Metamorfose

Eu nasci passarinho!
Virei gente só depois,
Acho que aos seis anos,
Quando senti, assustado,
Que me doutrinavam.

Lembro-me ainda
              Da agonia das noites
              Com o voo proibido,
Da agonia das amarras,
Que me partiam as asas.

Dias difíceis aqueles,
Nos quais me tornei, forçado,
Um humano qualquer,
Com uniforme azul e branco
              E alguns cadernos incólumes.

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