”A tempera de uma alma é dimensionada na razão direta do teor de poesia que ela encerra” (Horácio Quiroga)

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Fotografia

Lembro-me muito vagamente do cintilar dos coriscos
              E do vento assoviante que açoitava os abacateiros.
Mas o que ficou gravado, indelével, em minha retina
              Foi seu corpo, moreno, nu, repousando ao meu lado,
Incendiando aquele precoce despertar na madrugada.

Lembro-me ainda daqueles vermelhos dourados
              Que incendiavam mornamente aquele leste distante,
Iluminando com cores e brilhos esse recente dia
              Que nascia claro, morno e lavado pela chuva da noite,
Anunciando a vida, a nova vida que como ele, nascia.
              

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