”A tempera de uma alma é dimensionada na razão direta do teor de poesia que ela encerra” (Horácio Quiroga)

quarta-feira, 23 de março de 2016

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É fim de verão
              e nimbus colossais se formam ao sul;
uma cinzenta massa desliza constante,
 já nos encobrindo, densa e soberana.

O sol, deste início de tarde
              é impotente para atravessar sua luz;
assim retraído, conforma-se o astro-rei,
deixando-nos abafados, em breu.

A natureza toda sofreia-se
              e os corações se oprimem, refreados;
um pasmo prenhe de languidez indefinida,
vai nos deixando em um êxtase profundo.

Por fim nos afoga uma bátega
              de robustas gotas, pesadas e frescas;
a chuva tão desejada, tão esperada,
que encherá de vida esses nossos campos.

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