”A tempera de uma alma é dimensionada na razão direta do teor de poesia que ela encerra” (Horácio Quiroga)

sábado, 30 de abril de 2016

Plenitude

O vazio, o nada...
(Vácuo).
A reta infinita...
(Imensidão).
Elementos tão indispensáveis à plenitude.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Paixão Contida

Ah, essa paixão latente, mas tão pulsante,
Finalmente se revelará em toda plenitude,
Quando, enfim, nossos corpos se fundirem
              Sob os fulgores desse entardecer de outono.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Eternidade do prazer

Se puder, me conceda o prazer
              de ser meu par nessa dança,
onde os mortais se desintegram
              nas purpúreas cores do desejo,
onde homem e mulher, ligados,
desgarram-se das amarras
              e se volatilizam, sublimes
              na eternidade do prazer.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Pelo mundo

Vaga, vaga, 
vagabundo;
roda, roda, 
pelo mundo.

Cabeludo, faminto, imundo; 
é o gira,
giramundo.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Vento de proa

E se os sonhos te levarem
              aos mesmos mares de antes?
E se os peixes te contarem
              que há sereias cantantes?

Terás perdido teu tempo
              em tão poucos instantes,
pois nesse exato momento
             na praia te espera a vazante.

domingo, 24 de abril de 2016

Não

Posso te  magoar agora
              por não me dar a ti;
Entendo que não vás gostar,
mas quando amadureceres,
a mim serás grata         
              por te ter fechado 
              o meu velho coração.

sábado, 23 de abril de 2016

A ti

Dou-te o que possuo,
mas o que possuo é nada,
nem capitais nem posses;
apenas esses versos
           para o teu sossego.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Tão Breve

Era uma quarta-feira,
Sim, tenho certeza,
Era uma quarta-feira!
E era outono.

Finzinho de maio,
Quando não sei porque
              Minha sensibilidade, tão rude,
Aflora mansa, risonha.

Então ela passou, luz,
Em um branco-ouro
              (Amarelo talvez),
Tão dona de si.

Eu, peito aos saltos,
Me encantei primeiro;
A paixão veio depois,
Pouco antes do adeus.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Manhã na boca da barra

Sentado no tombadilho,
olhava a madrugadinha,
com as águas marulhando
              nas bordas da fragatinha.

Cheiro de mar!
vento fresquinho de lado
              balançando a mastreção
              e o sol que chega abrasado.

O albatroz solitário
              Voa ligeiro e distante,
enquanto a marujada
              se dobra no seu talante.

Já se percebe os contornos
              do baixo casario praiano,
mastros balançantes no porto
              e na praia o frajola gaiano.

Quarto então terminado,
é descer à camarinha,
deitar no catre apertado
              e pensar na caiçarinha.

sábado, 16 de abril de 2016

Platônico

Primeiro, o flerte;
olhares...
Depois as palavras;
tantas...
Nunca se tocaram
          e foi enorme o amor...

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Viva

Viva cada dia com prazer,
invente e reinvente a vida;
corra livre, sem amarras,
seja firme em sua individualidade,
faça o que deve ser feito
                 para ter uma vida colorida.

Dance, cante, mergulhe;
voe aos cirrus,
flutue liberta entre os fios
dos brancos algodões.
Olhe o mundo com cauta distância
                 e despojada de preconceitos.
       




terça-feira, 12 de abril de 2016

Um novo dia

Amanheceu!
vi, ouvi, senti;
então, 
assim renovado, 
vivi!

domingo, 10 de abril de 2016

Sempre

Sempre estive,
Estou
              E, caso não morra,
Sempre estarei!

Isso "pra não dizer que não falei de (certas) flores".

Pois sei que delas jamais colherei,
Pois sei que delas não verei a beleza,
Pois sei que delas não sentirei o perfume.

O que delas somente sei
              (um inseto me contou),
É que foram mal plantadas,
Que foram mal cuidadas
              E deixadas ao acaso.

Essas coisas que o Homem faz
              (Tão superior),
Assim como matar um inseto.

sábado, 9 de abril de 2016

Fases

Ontem: olhares...
Hoje: palavras...
Amanhã: Provavelmente
            um desesperador antagonismo.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Flores

O vaso com meu antúrio
             partiu-se! O antúrio feriu-se,
Não suportou o traumatismo
             e morreu flor, primavera.
Como serão agora as manhãs,
sem o meu antúrio para alegrá-las?

Ah, tenho aquela begônia
              de cor tão delicada e sedosa;
vou ajeitá-la, trocar-lhe o vaso
              e trazê-la para esse canto.
Aqui o sol chega bem manso,
bastante para lhe acariciar das folhas.
             

 

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Banquete

Flores, flores, tantas flores,
carminadas, azuis, brancas, lilazes;
colibris revezam-se iridescentes e ligeiros
          diante do generoso banquete a eles oferecido.                 

terça-feira, 5 de abril de 2016

Vida e Morte

A colombina teceu
             A mortalha do cafifa,
Entendendo que o nada
             É a outra parte do talvez.

Em nove meses
          Gestou e pariu um parvo,
O herdeiro do caburé,
Mas este foi natimorto.

Depois disso se passaram
          Vinte e nove luas
          E de novo a prenhez
          Acometeu a devassa.

Nasceu uma flor,
Uma madressilva,
E a colombina sossegou,
Definhou e morreu.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Luzes, cheiros e cores

Outono, primavera, verão...
            (e ainda há o inverno).
Orquídeas, petúnias, lírios...
            (e ainda há o antúrio).
A sabedoria consiste em aprender-se com eles.

sábado, 2 de abril de 2016

Coração, corações

Ah, coração,
corações...
Sois a sede dos sentimentos
              e o templo das emoções.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Um certo desejo

Estes teus sonhos inflamados,
Impregnados de muitos desejos,
Deixam-te mais que sensível.

Deixam-te envolvida em músicas,
Em perfumes e em tantas delícias,
Que é impossível não te querer.

Posso sentir teu coração pulsando
              Em ritmo frenético e apaixonado,
Transbordando todos os prazeres.

Então, juntos nessa torrente sensual,
Nos entregamos às carícias plenas,
Antes do tão ansiado prazer final.