”A tempera de uma alma é dimensionada na razão direta do teor de poesia que ela encerra” (Horácio Quiroga)

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Crepúsculo de outono

Em alguns dias de outono,
Enquanto a tarde se despede
              E o sol, cumprida sua missão,
Vai se recolhendo lentamente
              Por trás das montanhas baixas,
Que já se fazem quase negras,
Podemos absorver do poente
              Uma policromia fantástica:
Vermelhos quase violáceos
              Iluminados por luzeiros de ouro,
Riscados por um laranja avivado
              E salpicados de fulgores de prata.

Tudo isso vai se processando
              Em ritmadas e suaves mutações
              Que vão revelando novos tons;
Matizes lilases e acinzentados,
Anunciando nesse lusco-fusco
              A noite que chega, quase adulta,
Antecedida por uma lua cheia
              E insinuações estrelares,
Que derramam uma luz azulada
              Enchendo de brilho e claridade
              Tudo quanto nossa vista alcança
              E nos extasiando diante da vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário