”A tempera de uma alma é dimensionada na razão direta do teor de poesia que ela encerra” (Horácio Quiroga)

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Paixão

Para que resistir? Para que?
Tolice não me entregar por inteiro,
Tão intensamente quanto puder
              E embriagar-me com teu perfume
              Que encanta, acalma e excita.

Mergulhar nas delícias anunciadas
              E sentir palpitar teu corpo macio,
Ungido com óleos sublimes,
Correndo meus dedos trêmulos
              Pelas curvas altivas dos teus seios.

Possuir-te, enfim, na tarde calma
              Que suscita tão fortes paixões.
Amar-te de forma tão intensa
              Que teu prazer transcenda,
De forma absoluta, o plano físico.

E na noite recém chegada e morna
              Poder, em vigília, velar teu descanso,
Qual sentinela atento no minarete
              E admirar teu corpo despido,
Repousado entre o azul dos lençóis.

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