Sempre que eu passava sonolento
pela calçada daquela rua sombrosa,
um burro magro, amarrado e triste
erguia a cabeça, me olhava
e abria um dúbio sorriso.
Na ida e na volta, sempre o sorriso;
até que desconfiei daquele burro,
velhaco e zombeteiro
me olhando com os dentes a mostra.
Sorria ele para mim, ou ria-se de mim?
Até que certa manhã de chuva fina,
me dei conta que o burro pastejava
no exato caminho que eu fazia
nos domingos e dias santificados,
rumo à pequena igreja do bairro.
Me veio, então, a certeza lancinante:
o riso era de escárnio, pura zombaria
daquele esquelético asno ardilão;
o burro ria, solerte, da minha agonia!
Até que um dia o bicho morreu (talvez de rir).
pela calçada daquela rua sombrosa,
um burro magro, amarrado e triste
erguia a cabeça, me olhava
e abria um dúbio sorriso.
Na ida e na volta, sempre o sorriso;
até que desconfiei daquele burro,
velhaco e zombeteiro
me olhando com os dentes a mostra.
Sorria ele para mim, ou ria-se de mim?
Até que certa manhã de chuva fina,
me dei conta que o burro pastejava
no exato caminho que eu fazia
nos domingos e dias santificados,
rumo à pequena igreja do bairro.
Me veio, então, a certeza lancinante:
o riso era de escárnio, pura zombaria
daquele esquelético asno ardilão;
o burro ria, solerte, da minha agonia!
Até que um dia o bicho morreu (talvez de rir).
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